segunda-feira, 18 de junho de 2012

Agrofloresta

Agrofloresta ou Sistema Agroflorestal - SAF é um sistema que reúne as culturas agrícolas com as culturas florestais, resultante da prática de estudo de agrossilvicultura.
Plantações de florestas para suprir as necessidades do homem. Usa a dinâmica de sucessão de espécies da flora nativa para trazer as espécies que agregam benefícios para o terreno assim como produtos para o agricultor.
A agrofloresta recupera antigas técnicas de povos tradicionais de várias partes do mundo, unindo a elas o conhecimento científico acumulado sobre a ecofisiologia das espécies vegetais, e sua interação com a fauna nativa.

Sistemas agroflorestais multiestrato

Os SAFs, como são conhecidos, são a reprodução no espaço e no tempo da sucessão ecológica verificada naturalmente na colonização de áreas novas ou deterioradas. Não é a reconstrução da mata original porque inclui plantas de interesse econômico desde as primeiras fases, permitindo colheitas sucessivas de produtos diferentes ao longo do tempo.

A modelagem de um SAF exige grande conhecimento interdisciplinar sobre solos e sua microfauna e microflora, função ecofisiológica dos organismos que constituem os vários estratos, sucessão ecológica, além de fitossanidade.

Ernst Götsch, um dos pioneiros dos SAF no Brasil, demonstrou através da revegetação de uma área devastada pelo manejo incorreto na zona cacaueira da Bahia, que hoje se tornou uma RPPN, o potencial de sustentabilidade dos SAFs.

Dicas Importantes Para Sistemas Florestais Naturais:

1 - Buscar árvores típicas (nativas) da região a ser reflorestada; (Existem alguns livros como o ÁRVORES BRASILEIRAS, do autor Harri Lorenzi, que trazem dicas de árvores originárias de diversas localidades no Brasil, bem como sua forma de plantio e aspectos ecológicos. Priorize obter os nomes científicos. Um nome científico é formado geralmente de duas palavras sempre acompanhadas, por exemplo: Euterpe edulis, que é o nome científico do nosso popular palmiteiro. Após a seleção dos nomes das espécies nativas, procure as mudas em um horto florestal ou algum produtor de mudas e certifique-se de que as plantas estão corretamente nomeadas botanicamente (identificadas) com o nome científico. Procure saber se elas procedem de áreas próximas para evitar a introdução de espécies invasoras).
2 - Selecionar espécies de rápido crescimento; (É necessário que a floresta cresça de forma rápida para facilitar a melhoria das condições do solo e de todo o ambiente e propiciar a sobrevivência de outras espécies. Dentre as espécies mais propícias para esta tarefa estão muitas Leguminosas que apresentam rápido crescimento e aumentam a fertilidade do solo).
3 - Priorizar espécies que dêem frutos para alimentar a fauna; (estes poderão se encarregar da dispersão das sementes e ajudar no crescimento da área de floresta. A maioria das espécies de árvores depende do vento ou dos animais para a dispersão de seus frutos e sementes. Os animais também se beneficiam destes recursos, o que pode contribuir para a conservação da fauna em uma determinada região).
4 - Selecionar espécies que produzam flores que atraiam muitos insetos e animais polinizadores; (os polinizadores irão garantir a fecundação das flores e a produção de sementes. Estes animais necessitam de recursos alimentares durante todo o ano para que possam sobreviver em uma determinada área de vegetação).
5 - Escolher espécies boas para epífitas; (muitas árvores e arbustos perdem a casca anualmente, o que pode prejudicar a fixação dos epífitas, que são aquelas pequenas plantas (ex. samambaias, orquídeas e bromélias) que vivem sobre os troncos. Apesar de frequentemente chamadas de parasitas, estas plantas não sugam seiva da árvore hospedeira e portanto não causam danos, ao contrário, apresentam grande importância ecológica e necessitam de um tronco não descamante para a sua adequada fixação. Como exemplo de plantas com casca descamante e, portanto, a serem evitadas para os epífitas estão as goiabeiras).
6 – Cultive plantas de diferentes tamanhos; (obedecidas as características acima citadas, é importante valorizar a presença de plantas com diferentes alturas em uma área em reflorestamento. Ao visitar uma área de floresta natural, percebem-se diferentes estratos. Ou seja, geralmente existem: A- plantas herbáceas que são verdes e pequenas e ficam rente ao solo e ajudam na conservação deste; B- plantas arbustivas (arbustos) que são de tamanho médio e ficam entre as árvores e as ervas; C- Árvores de pequeno e grande porte, que formam a cobertura (dossel) da floresta e contribuem para o sombreamento de todo o sistema. Também deve ser valorizada a presença de epífitas nativas (samambaias, orquídeas e bromélias) e as trepadeiras).

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